Ministra Nísia Trindade declarou que “não há como olhar para o futuro da humanidade sem ter em mente a saúde”
O Brasil deu início às atividades da programação da 77ª Assembleia Mundial da Saúde, neste domingo (26), durante a celebração de alto nível da primeira Rodada de Investimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). A discussão gira em torno de garantir financiamento base e flexível da Organização, suficiente para garantir equidade, desenvolvimento e apoio aos países que mais precisam, fortalecendo a assistência em todo o mundo. A abertura oficial da Assembleia vai acontecer na segunda (27).
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou da solenidade de forma virtual, por estar concentrada nas ações de assistência à população do Rio Grande do Sul, após emergência provocada por fortes chuvas e consequentes enchentes em todo o estado. Em sua fala, ela reforçou que “as alterações climáticas resultam em impactos graves na saúde”.
“Não há como olhar para o futuro da humanidade sem ter em mente a saúde”, declarou a ministra brasileira, afirmando a importância do G20 para mobilizar esforços, inclusive para a Rodada de Investimento da OMS. A Reunião Ministerial de Saúde do G20, a ser realizada em 31 de outubro, deverá ser de momento para mobilização de recursos.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, priorizou temas como a equidade em saúde, a sustentabilidade, indicadores de mortalidade materna, resistência antimicrobiana, ciência, desigualdades, pobreza e polarização, além das mudanças climáticas. “Saúde é sobre pessoas”, enfatizou perante representantes de todo o mundo. “Os países precisam de um financiamento flexível e voz sobre os recursos, para que então apresentem resultado de desenvolvimento”, complementou.
Em 2024, a 77ª Assembleia Mundial da Saúde tem como tema “Todos pela saúde. Saúde para todos”. Até o próximo sábado (1º/6), autoridades de saúde vão debater e encaminhar resoluções para determinar novas políticas a nível mundial.
Foto: Bianca Lima/MS
Confira a íntegra do discurso da ministra Nísia Trindade:
Prezado Doutor Tedros Adhanom, caros colegas, senhoras e senhores,
Gostaria de poder estar com vocês esta tarde, mas, como vocês devem saber, tive que ficar para ajudar a enfrentar as consequências sanitárias de uma enchente devastadora que ocorreu recentemente no Rio Grande do Sul. Infelizmente, outra evidência convincente do impacto das alterações climáticas na saúde.
A propósito, os últimos anos nos ensinaram pelo menos duas lições repetidas vezes. Uma delas é a centralidade da saúde nos assuntos internacionais. As alterações climáticas, por exemplo, resultam em impactos graves na saúde. A insegurança alimentar resulta em graves impactos na saúde. É claro que as crises econômicas e os conflitos militares também o fazem. Peço licença para mencionar a importância das pandemias e das emergências sanitárias nacionais e regionais para todos os nossos países.
Não há como olhar para o futuro da humanidade sem ter em mente a saúde.
A segunda lição é a posição central da OMS neste contexto. Os problemas globais necessitam de soluções globais e nenhuma outra organização se revelou em melhor posição para nos proporcionar a oportunidade de encontrar soluções globais. Uma OMS forte será fundamental para enfrentar os desafios futuros. Precisamos de uma OMS bem equipada e bem financiada, capaz de cumprir o seu mandato, agora e nos próximos anos.
É por isso que utilizaremos o poder de convocação do G20 para ajudar a mobilizar esforços para tornar a Ronda de Investimento um sucesso. Vamos realizar uma sessão na reunião ministerial da Saúde do G20 em outubro para sensibilizar os países a aderirem a esta iniciativa. Devemos também reservar um momento na Cimeira dos Líderes do G20, em Novembro, para podermos anunciar ao mundo quais os resultados que teremos alcançado.
Por: Ministério da Saúde e Agência Brasil BR